A ponte Miguel Torga atravessa o vale do rio Douro a 90m de altura numa zona muito acidentada, com grandes afloramentos rochosos e de grande riqueza natural, junto à Régua, cruzando ainda a linha férrea do Douro e duas estradas nacionais. A obra tem um comprimento total de 900m e é curva em planta e perfil, com uma plataforma de 26m de largura. A solução estrutural adoptada é constituída por um tabuleiro único contínuo, em caixão monocelular, de secção variável em altura, com 11 tramos, dos quais o principal, sobre o rio, tem 180m de vão.
Transversalmente, o tabuleiro é constituído por duas almas com 0,60m de espessura (0,70m no tramo de 180m e adjacentes) ligadas por lajes e por travessas espaçadas de 5m entre si. O tabuleiro é pré-esforçado longitudinalmente, e transversalmente nas lajes e nas travessas superiores, com pré-esforço aderente. Dispõe já de dispositivos para a realização de eventuais reforços através da utilização de pré-esforço quer exterior (não aderente) quer interior (aderente).
O tabuleiro foi construído por avanços sucessivos em consola por aduelas de 5m, tendo a obra sido integralmente betonada “in-situ”.
O fuste tubular dos pilares é de secção constante, sendo o necessário acréscimo de secção na zona da base dos pilares principais conferido por quatro nervuras de dimensão variável.
O tabuleiro apoia através de aparelhos do tipo “pot-bearing” nos encontros e nos pilares P1 a P6 estando monoliticamente ligado aos restantes.
Dado que as formações rochosas locais são praticamente aflorantes, adoptaram-se fundações directas quase superficiais.
A obra foi concluída em 1997 e recebeu o Prémio de Engenharia da I Bienal Ibero-Americana de Engenharia e Arquitectura, pela sua inovação e dificuldade tecnológica.